Histórias

Velho fecha a porta para adolescente irritante, mas um furacão expõe a verdade sobre ela – História do dia…

Frank vivia sozinho há muitos anos. Ele se acostumara ao silêncio e há muito tempo aceitara a ausência de amigos ou familiares em sua vida. Então, quando ouviu uma batida na porta em uma manhã de sábado, sentiu-se mais irritado do que curioso.

Com um gemido pesado, ele se levantou de sua poltrona reclinável. Quando abriu a porta, viu uma adolescente parada na varanda, aparentando não ter mais de dezesseis anos.

Antes que ela pudesse falar, Frank retrucou: “Não quero comprar nada, não quero me filiar a nenhuma igreja, não apoio crianças ou gatinhos sem-teto, e não estou interessado em questões ambientais”. Sem esperar por uma resposta, ele bateu a porta.

Ele voltou para sua cadeira, pegou o controle remoto e aumentou o volume da TV. O boletim meteorológico mostrava um alerta de furacão para a cidade, mas Frank apenas balançou a cabeça. “Não importa para mim,” murmurou. Seu porão era fortificado e preparado para qualquer coisa.

A campainha continuava tocando. Cada toque irritava os nervos de Frank. Finalmente, ele voltou à porta, pisando forte, e abriu com uma carranca. “O quê?! O que você quer?!”

A garota ficou ali, calma, olhando diretamente para ele. “Você é Frank, certo? Preciso falar com você.”

Frank estreitou os olhos. “Digamos que sim. Quem é você, e por que está na minha varanda? Onde estão seus pais?”

“Meu nome é Zoe. Minha mãe morreu recentemente. Não tenho pais agora,” ela respondeu, com a voz firme.

“Eu não poderia me importar menos,” Frank retrucou. Ele agarrou a porta e começou a fechá-la.

Antes que pudesse, Zoe pressionou a mão contra ela. “Você não está curioso para saber por que estou aqui?”

“A única coisa que me deixa curioso,” Frank rosnou, “é quanto tempo vai levar para você sair da minha propriedade e nunca mais voltar!” Ele empurrou a mão dela e bateu a porta com força.

Na manhã seguinte, Frank encontrou ovos esmagados e palavras grosseiras rabiscadas nas paredes de sua casa. Rangendo os dentes, ele passou o dia inteiro limpando. Ao terminar, saiu para a varanda e encontrou lixo espalhado pelo quintal. Ele também encontrou um bilhete colado na caixa de correio: “Só me escute, e eu vou parar de te incomodar. —Zoe.”

Na manhã seguinte, Frank acordou com um grupo de manifestantes em seu quintal. Furioso, ele os expulsou e encontrou outro bilhete dizendo: “Só me escute, ou vou inventar mais maneiras de te irritar. PS: A tinta não sai na lavagem.”

Frank ligou para Zoe, ordenando que fosse até sua casa. Quando ela chegou, dois policiais a esperavam ao lado de Frank. “Você acha que é muito inteligente, não é? Adivinha? Você não é.” Zoe foi levada algemada, gritando enquanto os policiais a colocavam no carro.

No dia seguinte, um furacão atingiu a cidade. Frank olhou pela janela e viu Zoe do lado de fora, tropeçando contra o vento. Ele abriu a porta e gritou: “Entre agora!”. Relutante, Zoe acabou cedendo, e os dois se refugiaram no porão.

O porão, aconchegante e cheio de pinturas antigas, despertou a curiosidade de Zoe. “Agora você está pronto para ouvir?”, ela perguntou. Frank assentiu, e ela tirou papéis de sua mochila. “São meus papéis de emancipação. Quero viver sozinha.”

Frank ficou confuso. “E por que você precisa da minha assinatura?”

“Porque você é meu único parente vivo. Sou sua neta,” respondeu Zoe.

O rosto de Frank empalideceu. “Isso é impossível.”

“Os serviços sociais me deram seu endereço. Minha avó falava sobre você. Agora entendo por que ela não disse tudo.”

Frank ficou em silêncio, mas recusou-se a assinar os papéis. “Você ainda é uma criança. O sistema pode cuidar de você.”

“Você está brincando?” Zoe respondeu, furiosa. “Você foi um péssimo pai e marido. E agora, depois de tudo, você nem assina um pedaço de papel para me ajudar?”

Frank sentiu o peso das palavras dela. Ele sabia que tinha sido egoísta no passado, mas também percebeu que tinha uma nova chance de fazer a coisa certa. Depois de horas de silêncio, ele assinou os documentos e entregou-os a Zoe.

“Você estava certa,” disse Frank, com a voz baixa. “Fui um marido terrível. Um péssimo pai também. Não posso mudar o passado, mas talvez possa ajudar a mudar o futuro de alguém.”

Zoe olhou para os papéis, guardou-os na mochila e agradeceu. Quando se virou para sair, Frank ofereceu a ela um lugar para morar. “Você pode ficar aqui. Não posso jogar minha própria neta na rua.”

Zoe hesitou, mas aceitou. “Obrigada. Mas vou levar todos os seus materiais de arte. Sou muito melhor que você.”

Frank balançou a cabeça, sorrindo. “Teimosa e arrogante. Você definitivamente puxou isso de mim.”

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