Um dos mais importantes: Tralli interrompe JH às pressas e confirma perda irreparável de artista na Globo…
O apresentador do ‘Jornal Hoje’, transmitido pela Rede Globo, captou a atenção de milhões de brasileiros com um anúncio feito na tarde da última quarta-feira (27). Na ocasião, César Tralli teve a incumbência de comunicar a morte de um renomado artista.
“Morreu um dos artistas plásticos mais relevantes do século 20”, começou o apresentador, atraindo a atenção dos espectadores. Em seguida, ele informou que se tratava do escultor americano Richard Serra, que faleceu aos 85 anos na última terça-feira (26), em sua residência em Nova York, nos Estados Unidos. De acordo com o telejornal, Richard não resistiu às complicações de um quadro de pneumonia.
Conhecido e reverenciado por suas esculturas de geometria fluida e grandes dimensões, o escultor americano se destacou como um dos maiores artistas de todos os tempos, recebendo o apelido de “o poeta do aço”.
Ao longo de sua carreira, Richard Serra criou esculturas específicas para os locais que iriam ocupá-las, demonstrando seu interesse em estudar a interação de suas obras com o ambiente. “Certas coisas… ficam gravadas na imaginação e você tem a necessidade de se reconciliar com elas”, afirmou o artista em uma entrevista concedida ao apresentador Charlie Rose, no início dos anos 2000.
Em fevereiro de 2019, o Instituto Moreira Salles, localizado na Avenida Paulista, inaugurou a obra ‘Echo’, instalada no jardim externo do centro cultural, localizado atrás do restaurante Balaio. A escultura, composta por duas placas de aço de 18,6 metros e pesando aproximadamente 70,5 toneladas cada, foi produzida pelo artista em 2016 e, devido à grande complexidade de transporte, demorou três anos para chegar à capital paulista. ‘Echo’ se tornou a primeira obra de Serra aberta permanentemente à visitação na América Latina.
Entre suas obras mais controversas está ‘Tilted Arc’, uma escultura de aço em forma de muro circular com mais de 3 metros de altura, originalmente instalada no Federal Plaza, em Nova York. A obra, inaugurada em 1981, foi removida oito anos depois devido a um abaixo-assinado com 1.300 assinaturas, resultando em uma ordem judicial para sua retirada.
Últimas obras de Richard Serra
Entre suas criações mais recentes estão as torres sombrias que emergem na areia do deserto do Catar. Localizada nas dunas, essa obra é acessível apenas por carro, exigindo que as pessoas enfrentem temperaturas de até 50°C.
“Quando você observa minhas obras, não se lembra de nenhum objeto. É uma experiência, uma passagem. Vivenciar uma das minhas peças é sentir uma noção de tempo, do lugar e reagir a isso. Não é lembrar de um objeto, porque não há objeto para reter”, disse ele em 2004.
Em 2014, Serra esteve no Brasil para uma exposição no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Ao longo de sua carreira, o renomado artista teve diversas peças expostas em museus mundialmente reconhecidos, como o Guggenheim, nos Estados Unidos.
