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Piloto de Marília Mendonça Pode Ter Cometido Erro ao Buscar Pouso Mais Suave, Indica Delegado

De acordo com o investigador encarregado, o piloto responsável pela aeronave da cantora Marília Mendonça pode ter tentado realizar uma manobra visando um pouso mais suave, o que, infelizmente, resultou no acidente que tirou a vida da artista, de sua equipe e da tripulação da aeronave no interior de Minas Gerais. Essa suposição foi apresentada pelo delegado Sávio Assis Machado Moraes, membro da equipe responsável pela investigação. Esse pronunciamento ocorreu quase dois anos após a trágica ocorrência.

O delegado sugeriu que o piloto, que possuía considerável experiência em voos de aeronaves maiores, pode ter decidido prolongar a aproximação e o pouso com o objetivo de proporcionar maior conforto aos passageiros, buscando uma maior suavidade na descida da aeronave.

No entanto, segundo Moraes, o piloto não percebeu a presença da linha de transmissão porque não deu a devida atenção às cartas de voo previamente disponibilizadas. Ele enfatizou que o piloto optou por realizar a manobra sem consultar os documentos que alertavam sobre a existência de obstáculos na área.

A investigação pericial concluiu que o avião colidiu com uma linha de alta tensão após estender a chamada “perna do vento”. Essa manobra refere-se a uma preparação para o pouso, na qual o piloto direciona a aeronave em uma trajetória oposta à pista antes de retornar e alinhá-la com o aeroporto.

Conforme o delegado Sávio Moraes, quando a tripulação ultrapassou a área de segurança do aeródromo, a altitude da aeronave diminuiu, aproximando-se da fiação. Apesar de pelo menos três documentos mencionarem obstáculos na região, sendo que um deles não especificava a presença da fiação, esses dados deveriam ter sido consultados. Segundo a Força Aérea Brasileira, os cabos estavam localizados fora da área de proteção.

Moraes esclareceu que a extensão da “perna do vento” não é proibida pela aviação e fica a critério da tripulação. No entanto, ele destacou que houve uma decisão equivocada de prolongar a manobra, devido à falta de conhecimento das cartas de voo, o que resultou na colisão.

“Houve um notável equívoco na tomada de decisão da tripulação, mesmo considerando a vasta experiência deles. O que motivou essa escolha? Hipoteticamente, a falta de consulta às cartas de voo e a não realização do procedimento operacional padrão”, concluiu o delegado.

O acidente aconteceu em 5 de novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, a 302 km de Belo Horizonte. Marília estava a caminho de um show na região. A aeronave caiu aproximadamente um minuto antes do pouso. Todos os ocupantes morreram, incluindo Marília Mendonça, Henrique Bahia (produtor da cantora), Abicieli Dias (tio e assessor de Marília), o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.