Histórias

PASSAGEIRO ARROGANTE DERRAMOU SUA BEBIDA NO MEU LAPTOP, ARRUINANDO-O COMPLETAMENTE – O KARMA O PEGOU ASSIM QUE POUSAMOS.

Dizem que o karma tem um jeito de equilibrar as coisas, e nunca acreditei tanto nisso como nesse voo em particular. Meu nome é Becca, tenho 26 anos e trabalho como designer gráfica freelancer. Para mim, meu laptop não é apenas uma ferramenta de trabalho, é uma extensão de mim mesma.

Naquele dia, eu estava em um voo para visitar minha avó. Ela estava entrando e saindo do hospital há semanas, e os médicos não tinham certeza de quanto tempo ela ainda tinha. Minha avó e eu sempre fomos muito próximas. Quando eu era criança, passava praticamente todos os fins de semana na casa dela, ouvindo suas histórias sobre a juventude e as aventuras que viveu.

Ela foi minha maior incentivadora, quem me encorajou a seguir carreira em design gráfico quando eu estava perdida e não sabia o que queria fazer da vida. Quando soube que sua condição havia piorado, eu sabia que precisava estar ao lado dela, segurando sua mão e relembrando os momentos especiais que vivemos juntas.

Ao encontrar meu assento na janela, suspirei aliviada. Coloquei minha bolsa com o laptop sob o assento à minha frente e me acomodei. Foi então que notei o homem que se sentaria ao meu lado. Ele parecia ter cerca de cinquenta anos, vestindo um terno elegante que exalava autoridade e negócios. Sem nem me olhar, ele se apertou para se sentar.

“Com licença,” murmurou secamente, sem fazer contato visual.

Tentei ignorá-lo, pensando que talvez estivesse tendo um dia ruim. Afinal, todos enfrentamos nossos próprios problemas. Peguei meu laptop, planejando me perder no trabalho para afastar as preocupações que pesavam em minha mente.

Uma hora após o início do voo, eu estava finalmente avançando em um projeto quando o homem chamou a aeromoça. “Vou querer um uísque puro,” ele pediu com um tom firme e arrogante.

Poucos minutos depois, a bebida chegou. Ele a pegou sem sequer dizer obrigado. Tentei não deixar sua atitude me irritar e voltei a me concentrar no trabalho. Mas, de repente, o desastre aconteceu.

Ouvi o som inconfundível de um líquido derramando e, em segundos, senti algo frio e molhado em meu colo. Meu laptop estava encharcado.

Engasguei, levantando rapidamente o laptop em uma tentativa desesperada de salvá-lo. A tela piscava e o teclado estava completamente molhado. Minhas mãos tremiam quando me virei para encará-lo.

“Você poderia ao menos se desculpar?”, perguntei, tentando manter a calma. “Você acabou de estragar meu laptop!”

Ele me olhou com um sorriso presunçoso, daqueles que fazem o sangue ferver. “O que você vai fazer? Chorar por isso?”, respondeu com deboche, voltando a mexer no celular como se nada tivesse acontecido.

Fiquei olhando para ele, atordoada. Meu laptop — minha ferramenta de trabalho, minha conexão com o mundo — estava destruído, e ele não se importava nem um pouco. A raiva tomou conta de mim, mas engoli seco e segurei as lágrimas.

O restante do voo passou em um borrão de frustração. Não consegui pensar em nada além do meu laptop arruinado e da atitude insuportável dele. Mas, quando estávamos nos preparando para pousar, a voz do comandante soou pelo interfone: “Senhoras e senhores, devido a condições climáticas severas, todos os voos de conexão foram cancelados. Por favor, verifiquem com o agente do portão para remarcar seus voos.”

Um gemido coletivo percorreu a cabine, mas, curiosamente, eu não estava irritada. Minha prioridade era chegar até minha avó. No entanto, o homem ao meu lado reagiu de forma completamente diferente. Sua confiança desapareceu em um piscar de olhos, substituída por pânico evidente. “Isso não pode estar acontecendo,” ele murmurou enquanto mexia no celular. “Eu tenho uma reunião importante… não posso perder isso!”

Enquanto eu me conectava calmamente ao Wi-Fi do voo para procurar voos alternativos, ele se inclinou para mais perto de mim, com desespero estampado no rosto. “Ei, posso usar seu celular para remarcar meu voo? Essa reunião é crucial,” ele perguntou, a voz trêmula, totalmente diferente da arrogância de antes.

Olhei para ele, lembrando do sorriso zombeteiro e das palavras cruéis que me dirigiu. Uma sensação de satisfação percorreu meu corpo enquanto eu respondia calmamente: “Desculpe, não posso ajudar. Por que você não chora por isso?”

Os olhos dele se arregalaram de surpresa. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, voltei a me concentrar no meu celular, ignorando completamente seus apelos.

Quando o avião finalmente pousou, o caos tomou conta da cabine. Os passageiros se apressaram para remarcar voos, e o homem, antes tão confiante, agora parecia perdido, andando de um lado para o outro em desespero. Enquanto isso, eu reunia minhas coisas com calma, pronta para focar no que realmente importava: estar com minha avó.

Meu laptop estava destruído, mas eu sabia que poderia substituí-lo. O tempo com minha avó, por outro lado, era insubstituível. Caminhando pelo terminal, não consegui segurar um leve sorriso. O karma tem um jeito engraçado de ensinar lições, e naquele dia ele entregou justiça de forma perfeita.

Essa experiência me lembrou do que realmente importa na vida: gentileza, humildade e a capacidade de deixar para lá o que não podemos controlar. As palavras de sabedoria da minha avó ecoaram na minha mente: “A vida tem seu jeito de se equilibrar, Becca. Confie nisso.”

E eu confio.

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