Minhas madrinhas estavam passando algo em segredo para o meu marido no nosso casamento – no final da noite, ele terminou com o nosso relacionamento.
Dizem que não se casa só com uma pessoa, mas também com a família dela. Se alguém tivesse me avisado o quanto isso seria verdadeiro, talvez eu não tivesse acabado chorando, agarrada ao meu vestido de noiva, na noite do meu casamento, depois que meu marido me acusou de algo que eu nunca fiz.
Tenho 27 anos e há seis meses me mudei para o outro lado do país para ficar com o meu noivo, Adam. Aos 29 anos, ele parecia ter tudo sob controle: um trabalho estável, amigos leais e uma família que o adorava.
Adam cresceu em uma pequena cidade onde todos se conheciam. No começo, era intimidante, mas me convenci de que conseguiria fazer dar certo. Afinal, Adam era tudo para mim. Mudar-me para cá parecia o próximo passo natural na nossa história de amor.
Planejar o casamento foi… uma aventura. Desde o momento em que Adam me pediu em casamento, a irmã dele, Beth, praticamente assumiu o controle de tudo. Aos 31 anos, ela tinha uma autoridade difícil de resistir.
“Confia em mim, você vai precisar de ajuda”, ela me disse com um sorriso cúmplice quando mostrei minhas dúvidas. E, honestamente, ela não estava errada. Planejar um casamento é estressante. Além disso, Beth parecia conhecer todo mundo na cidade: floristas, fotógrafos, até o designer que fez os convites personalizados.
Era como se eu tivesse a minha própria organizadora de casamentos em uma cidade pequena.
Mesmo assim, algo me pareceu estranho quando Beth insistiu casualmente que suas amigas de infância —Sarah, Kate e Olivia— fossem minhas madrinhas, mesmo eu mal as conhecendo.
“Elas são como família”, explicou Beth. “Elas vão tornar a sua vida mais fácil”.
Olhando para trás, talvez esse tenha sido o meu primeiro erro.
Aceitar que Beth e suas amigas fossem minhas madrinhas não foi uma decisão que tomei de ânimo leve. Era estranho confiar um papel tão íntimo a pessoas quase desconhecidas. Mas Beth tinha uma maneira de fazer tudo parecer lógico.
“Você não conhece muitas pessoas aqui ainda”, disse ela enquanto me dava uma palmadinha na mão como uma irmã mais velha. “Deixe-nos ajudar. Isso vai agradar ao Adam também”.
Então eu aceitei.
O dia do casamento começou como um sonho. O sol acariciava o horizonte enquanto eu me arrumava. O local brilhava com luzes suaves de fada, e o meu vestido… ah, o meu vestido. Ao me ver no espelho, fiquei sem palavras. Por um momento, tudo parecia perfeito.
Mas então, lá estavam as madrinhas.
Tudo começou com pequenas coisas. Conversas sussurradas que paravam assim que eu entrava na sala. Olhares estranhos entre Sarah e Kate que eu não entendia.
Tentei ignorar. Talvez eu estivesse exagerando. Era o meu dia de casamento, e já tinha o suficiente com o que me preocupar sem ficar pensando no comportamento misterioso das madrinhas.
No entanto, durante a recepção, as coisas ficaram ainda mais estranhas. Enquanto conversava com minha tia, vi Sarah se aproximando de Adam e entregando-lhe algo pequeno, envolto em papel de seda. Ele assentiu rapidamente e guardou no bolso.
“O que era isso?”, perguntei para Sarah mais tarde, tentando parecer casual.
“Ah, só um presente para a lua de mel”, ela disse com um sorriso. “Você vai ver”.
Kate estava falando sobre o “grande presente” durante toda a semana, então tentei rir. “Vocês são muito misteriosas”, disse. Mas, no fundo, algo me incomodava.
Quando vi pela terceira vez que alguém estava entregando algo a Adam, não consegui mais ignorar. O que estavam dando para ele? Por que tanto segredo?
A recepção deveria ter sido mágica. Eu deveria estar dançando sob as luzes, rindo com Adam, rodeada de amor e felicidade. Mas passei boa parte da noite observando-o, sentindo-o se afastar de mim.
“Adam, vem dançar comigo”, chamei, convidando-o para a pista de dança. Ele hesitou, olhando para Beth, que lhe fez um aceno sutil.
“Daqui a um minuto”, disse com um tom distante, antes de se voltar para Beth e as madrinhas.
Minha melhor amiga, Megan, que estava entre os convidados, se inclinou e sussurrou: “Eu sou só eu ou o seu marido está agindo… estranho?”
Engoli seco. “Não é só você”.
Quando chegou o momento de cortar o bolo, a tensão estava insuportável. Foi então que Adam me puxou para um canto.
“Precisamos conversar”, disse com a voz baixa.
“O que, Adam?”, perguntei, tentando manter a calma.
“Eu não posso continuar com isso”, ele disse.
E assim, o meu conto de fadas acabou em uma pesadelo que eu nunca teria imaginado.