Minha vizinha de 63 anos foi o motivo do meu divórcio – e não foi por traição
A vida de Grace e Tom era perfeita até se mudarem para um novo bairro, onde uma vizinha idosa e misteriosa morava. Um dia, após Tom visitar essa mulher peculiar, ele decidiu acabar com o casamento sem explicação…
A vida com meu marido era como viver um conto de fadas. Aos 34 anos, eu frequentemente me maravilhava com o quão perfeita nossa relação parecia ser. Sabia que a maioria dos casamentos enfrentava dificuldades, mas Tom e eu parecíamos estar isentos delas.
Estávamos casados havia sete anos e meio, e com dois filhos, Tom, de 41 anos, ainda era o homem incrível por quem me apaixonei.
Todas as manhãs, ele me trazia café na cama, e na maioria das noites me surpreendia com flores ou chocolates.
Há seis meses, nos mudamos para uma nova casa em um bairro tranquilo.
“As crianças precisam se acostumar com uma vida mais calma”, disse Tom enquanto desempacávamos. “Elas estão muito acostumadas ao agito da cidade.”
Elas eram, de fato, o motivo principal da mudança. O novo lugar parecia perfeito para criarmos nossa família, e a escola das crianças ficava muito perto.
Eu também estava animada com esse novo começo. Sonhava com um ambiente tranquilo onde pudesse me concentrar no meu trabalho como escritora.
No entanto, havia algo estranho no nosso novo bairro: nossa vizinha idosa, Stephanie.
Ela morava sozinha na casa ao lado. Era uma pessoa peculiar, e embora nunca conversasse conosco, frequentemente ficava do lado de fora, observando nossa casa com uma expressão difícil de decifrar.
“Talvez ela seja uma daquelas senhoras que ficaram sozinhas por tanto tempo que vivem presas em seus próprios pensamentos”, comentou Tom um dia, enquanto tomávamos vinho no jardim.
“Mas isso não faz sentido”, retruquei. “Sempre tem gente visitando a casa dela. Eu vejo entrarem e saírem o tempo todo.”
Era verdade. Todos os dias, pessoas diferentes iam até sua casa, ficavam algumas horas e saíam com expressões que variavam entre lágrimas, sorrisos ou profundo pensamento.
Apesar da nossa vizinha estranha, nossa vida continuou feliz… até aquela manhã fatídica em que acordei e encontrei Tom freneticamente arrumando suas coisas.
“Tom, o que está acontecendo?”, perguntei, sentindo a confusão e o medo crescerem.
“Grace”, disse ele com a voz baixa, evitando olhar para mim. “Eu preciso ir embora. Sinto muito. Vou continuar cuidando das crianças e ajudando no que puder, mas nossa vida juntos acabou.”
Fiquei paralisada, incapaz de processar o que estava acontecendo.
“O que você está dizendo, Tom? Por que você tem que ir embora? Por favor, me diga o que está acontecendo.”
Mas ele só repetia: “É o certo a fazer. Eu preciso. É o certo.”
Mais tarde, naquele mesmo dia, minha filha Hannah veio até mim com uma expressão confusa.
“Mamãe, o papai foi embora por causa da vizinha? Ontem ele foi falar com ela.”
Minha mente começou a girar. Por que Tom iria ver aquela mulher sem me dizer nada?
“O que você quer dizer, querida? Quando ele foi falar com ela?”
“Ontem à tarde, quando você foi buscar o Caleb no treino”, respondeu ela. “Eu estava no terraço falando ao telefone com a Maria e vi o papai entrar na casa dela. Ele ficou lá por um bom tempo.”
Um frio percorreu minha espinha.
Decidida a obter respostas, fui diretamente à casa de Stephanie e bati na porta com força.
Quando ela abriu, me recebeu com uma calma inquietante.
“Stephanie, o que você disse ao meu marido?”, perguntei, tentando conter minha raiva.
Ela me olhou com serenidade e respondeu: “Eu só disse a verdade, querida. Ele não é feliz com sua família, e isso está afetando seu futuro. Ele precisa buscar a felicidade em outro lugar.”
“O quê?!”, exclamei. “Você não tem o direito de interferir em nossas vidas dessa forma! Você nem nos conhece!”
Ela suspirou, como se estivesse lidando com uma criança.
“Eu sou vidente, querida. Vejo as coisas como são e como deveriam ser. Seu marido está destinado a encontrar a felicidade com outra pessoa.”
Furiosa e incrédula, deixei sua casa. Não conseguia acreditar que Tom havia levado a sério as palavras daquela mulher.
Rastreei a localização do celular dele e o encontrei em um posto de gasolina próximo. Quando cheguei, o vi dentro da loja, descaradamente flertando com a caixa.
“Tom, o que está acontecendo?”, perguntei com a voz embargada.
Ele me olhou com culpa nos olhos antes de tentar se justificar:
“A Stephanie me disse que minha verdadeira felicidade está com essa mulher. Ela disse que é o meu destino.”
A caixa parecia tão surpresa quanto eu.
“Stephanie? A vidente?”, perguntou ela, incrédula.
“Sim! Você a conhece?”, respondeu Tom, empolgado.
“Ela é minha mãe”, disse a mulher, revirando os olhos. “Ela está tentando me arranjar um marido há anos. Não sabia que chegaria a tanto.”
Naquele momento, tudo fez sentido. Stephanie havia manipulado Tom para nos separar e empurrá-lo para sua filha.
“Tom, essa mulher te enganou”, eu disse. “Ela destruiu nossa vida para benefício próprio.”
Embora ele tenha finalmente entendido o erro, o dano já estava feito.