Histórias

MINHA FILHA DEIXOU MEU NETO E DESAPARECEU — TRÊS SEMANAS DEPOIS, RECEBI UMA LIGAÇÃO QUE PARTIU MEU CORAÇÃO.

No final de uma tarde fria de dezembro, minha filha Jane apareceu na minha porta com meu neto Tommy no colo e uma mala azul enorme. Seu rosto estava pálido, e o sorriso cansado que forçou não conseguiu esconder a preocupação em seus olhos.

— Mãe, preciso de um favor — ela disse, colocando Tommy no chão.

— Claro, querida. O que você precisa? — perguntei, tentando disfarçar minha inquietação.

— Preciso viajar por trabalho, algo urgente. Pode cuidar do Tommy por duas semanas? Talvez um pouco mais…

Seu tom era tenso, suas mãos tremiam levemente enquanto ajeitava a alça da mala. Algo estava errado, mas decidi não pressioná-la. Apenas a abracei e prometi que Tommy estaria seguro comigo.

Assim que Jane se despediu apressadamente e desapareceu pela porta, comecei a organizar as coisas do meu neto. Mais tarde naquela noite, fui abrir a mala para pegar um pijama para Tommy. O que encontrei fez meu coração congelar: roupas para todas as estações, medicamentos importantes, brinquedos favoritos e um envelope com dinheiro suficiente para meses.

Era evidente. Jane não estava planejando voltar tão cedo.

Nos dias seguintes, tentei ligar para ela repetidamente, mas todas as chamadas iam direto para o correio de voz. Liguei para seus amigos, colegas de trabalho, e até para sua antiga colega de quarto. Ninguém tinha notícias dela.

Tommy, inocente, continuava perguntando quando sua mãe voltaria. Cada pergunta era como uma facada no meu coração.

Três semanas se passaram até que meu telefone tocou com uma chamada de vídeo. O nome de Jane apareceu na tela. Minhas mãos tremiam enquanto eu apertava o botão “Atender”.

— Jane? Onde você está? Você está bem? — perguntei desesperada.

O rosto dela apareceu na tela, pálido, cansado, mas vivo.

— Mãe… eu sinto muito. Eu não podia te contar antes, mas eu precisava manter Tommy seguro. — Sua voz falhava, e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Seguro de quem, Jane? O que está acontecendo? — insisti.

— É o pai dele, mãe. Ele está de volta à cidade… e ele é perigoso. Eu não podia deixar que ele encontrasse Tommy.

De repente, tudo fez sentido. As malas, o dinheiro, a pressa… Jane estava fugindo para proteger seu filho de alguém que poderia machucá-lo.

— Jane, você está segura? — perguntei, o medo apertando meu peito.

— Estou, mãe. Mas ainda não posso voltar. Cuide do Tommy por mim. Por favor.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, a ligação caiu.

Nos dias seguintes, vivi entre a esperança e o medo. Cada ligação perdida fazia meu coração disparar, cada barulho na porta me fazia congelar. Mas uma coisa era certa: eu protegeria Tommy com minha vida.

Algumas semanas depois, Jane voltou. Exausta, com olheiras profundas e carregando o peso do mundo nos ombros. Quando Tommy a viu, correu para os braços dela com um sorriso que iluminou toda a sala.

— Mãe — ela disse, com lágrimas nos olhos — obrigada por tudo.

— Você está segura agora, Jane? — perguntei, segurando suas mãos.

— Por enquanto, sim. Mas… isso nunca vai realmente acabar, vai?

Nos abraçamos, sabendo que o perigo talvez nunca desaparecesse completamente. Jane pegou a mala azul novamente, mas dessa vez, não carregava apenas medo — havia esperança também.

Enquanto assistia minha filha e meu neto saírem pela porta, fechei os olhos e fiz uma oração silenciosa:

“Deus, proteja minha filha e meu neto. Que eles encontrem paz onde quer que estejam.”

Às vezes, o amor de uma mãe significa abrir mão de tudo para proteger aqueles que mais importam. E, naquele momento, eu sabia que Jane tinha feito exatamente isso.


Esta história é uma dramatização inspirada em eventos reais, mas adaptada para fins narrativos. Nomes, locais e circunstâncias foram alterados para preservar a privacidade dos envolvidos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *