Justiça determina arrombamento de imóvel da Igreja Mundial do Poder de Deus por dívida de aluguel.
Decisão foi tomada após instituição não cumprir ordem de desocupação voluntária do imóvel.
A Justiça paulista determinou o despejo forçado de um imóvel alugado pela Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada por Valdemiro Santiago em 1998. A medida foi autorizada pelo juiz Diego Bocuhy Bonilha, devido a uma dívida de aproximadamente R$ 75 mil, referente ao aluguel de um apartamento destinado ao uso de pastores, localizado no edifício Beverly Hills Residence Club, no bairro da Mooca, em São Paulo.
Ordem judicial e uso de força policial
Na sentença, o juiz autorizou o uso de força policial e arrombamento do imóvel para garantir a execução da ordem judicial. A decisão foi motivada pelo não cumprimento da ordem de desocupação voluntária por parte da Igreja Mundial, mesmo após o prazo legal ter sido expirado.
O processo foi movido pela Terrantez Imobiliária, que destacou no processo:
“Ultrapassados mais de 60 dias desde que a sentença condenatória transitou em julgado, a Igreja não tomou nenhuma medida para a desocupação do imóvel.”
Defesa da Igreja Mundial
Em sua defesa, a Igreja Mundial do Poder de Deus argumentou ser uma instituição sem fins lucrativos, que depende exclusivamente das contribuições voluntárias de seus fiéis. A igreja também destacou que entidades religiosas, assim como hospitais, asilos e estabelecimentos de ensino, possuem uma proteção legal especial, com prazo de até um ano para desocupação de imóveis alugados.
Apesar das justificativas apresentadas, a Justiça não acatou os argumentos da instituição, mantendo a decisão de despejo.
Histórico e dificuldades financeiras
A Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada em Sorocaba (SP) como uma dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus, afirma manter cerca de 6 mil templos espalhados pelo Brasil.
Nos últimos anos, a instituição tem enfrentado sérias dificuldades financeiras, agravadas pela pandemia de coronavírus e as restrições impostas durante o período. O fechamento temporário de templos afetou diretamente as arrecadações, levando ao acúmulo de dívidas e a diversos processos judiciais.
Essa não é a primeira vez que a igreja enfrenta ordens de despejo ou processos relacionados a inadimplência de aluguéis, reforçando os desafios financeiros que a instituição continua enfrentando.