Histórias

Fui buscar minha esposa e meus gêmeos recém-nascidos no hospital, mas só encontrei os bebês e um bilhete.

Ao chegar ao hospital para trazer Suzie e nossos gêmeos recém-nascidos para casa, fui recebido com um choque devastador. Suzie tinha ido embora, deixando apenas um bilhete enigmático. Enquanto lutava para cuidar dos bebês e desvendar o motivo de sua partida, acabei descobrindo segredos que abalaram as bases da nossa família.

Conduzindo para o hospital, balões coloridos balançavam no banco do passageiro ao meu lado. Meu sorriso era incontrolável. Hoje era o dia! Finalmente traria para casa nossas pequenas meninas, Callie e Jessica.

Eu estava radiante, imaginando o rosto de Suzie se iluminando ao ver o quarto que eu tinha decorado, o jantar que preparei e os porta-retratos que organizei na lareira. Ela merecia tanto, especialmente após meses enfrentando dores nas costas, enjoo matinal e as críticas constantes da minha mãe.

Tudo parecia perfeito. Ou assim pensei.

Quando cheguei ao quarto de Suzie no hospital, minhas filhas estavam lá, dormindo pacificamente em seus berços. Mas Suzie não estava. Achei que talvez tivesse saído para tomar um pouco de ar, mas então vi o bilhete. Peguei-o com mãos trêmulas e o desdobrei.

“Adeus. Cuide delas. Pergunte à sua mãe POR QUE ela fez isso comigo.”

Li aquelas palavras repetidamente, mas elas não faziam sentido. Suzie foi embora? O que ela queria dizer? Por que minha mãe estaria envolvida?

Uma enfermeira entrou na sala com uma prancheta, sorrindo educadamente. “Está tudo pronto para a alta das meninas.”

“E minha esposa?” perguntei, segurando o bilhete com força.

Ela hesitou. “Ah… ela saiu esta manhã. Disse que você sabia.”

Saí do hospital atordoado, com as cadeirinhas das meninas e aquele bilhete queimando minha mão. O que havia acontecido? Suzie estava tão feliz na última vez que nos vimos… ou será que eu estava cego?

Quando cheguei em casa, minha mãe estava na varanda, segurando uma travessa de batatas gratinadas. Ela sorriu calorosamente ao me ver.

“Ah, meus netinhos chegaram! Posso ver as meninas?”

Dei um passo para trás, apertando os bebês contra mim. “Ainda não, mãe. Primeiro, me diga: o que você fez com a Suzie?”

Seu sorriso sumiu imediatamente, substituído por uma expressão de confusão. Peguei o bilhete e o empurrei em sua direção. “Leia.”

Ela leu, o rosto ficando pálido. “Ben… eu não sei do que ela está falando. Você sabe como Suzie pode ser sensível. Talvez ela tenha interpretado algo errado.”

“Não minta para mim!” gritei. “Você nunca gostou dela. Sempre encontrou formas de criticá-la, de miná-la!”

“Eu só queria o melhor para você”, ela murmurou, lágrimas escorrendo pelo rosto.

Mas eu não queria ouvir mais nada. Entrei em casa com as meninas, fechando a porta atrás de mim. Durante toda a noite, fiquei revisando cada interação entre minha mãe e Suzie, tentando entender. Será que Suzie tinha suportado mais do que eu percebi?

Dias depois, ao organizar os pertences de Suzie, encontrei uma carta escondida em sua caixa de joias. Era escrita pela minha mãe, cheia de palavras cruéis:

“Suzie, você nunca será boa o suficiente para o meu filho. Não se engane pensando que pode enganar a todos com essa gravidez. Se realmente se importa com eles, vá embora antes de arruinar suas vidas.”

Minhas mãos tremiam de raiva. Levei a carta até minha mãe e exigi uma explicação. Ela tentou justificar, mas eu não queria ouvir. “Você destruiu a nossa família. Saia da minha casa. Agora.”

Ela protestou, mas no fundo sabia que não tinha argumentos. Duas horas depois, ela foi embora, e eu fiquei sozinho com os gêmeos, lutando para entender como minha vida tinha chegado a isso.

Passei semanas tentando encontrar Suzie. Liguei para amigos, familiares, qualquer pessoa que pudesse ter notícias dela. Mas ninguém sabia onde ela estava. Apenas uma amiga de faculdade dela, Sara, mencionou algo.

“Suzie me disse que estava se sentindo sufocada”, Sara revelou. “Ela achava que nunca seria boa o suficiente para você… ou para Mandy.”

Depois de meses sem notícias, recebi uma mensagem. Era uma foto de Suzie com as meninas no hospital e uma breve nota: “Eu queria ser a mãe que elas merecem. Me perdoe.”

Liguei para o número, mas ninguém atendeu. A mensagem reacendeu minha determinação. Continuei procurando por Suzie, recusando-me a desistir.

Um ano se passou. As gêmeas estavam crescendo, e o primeiro aniversário delas foi agridoce. Mas naquela noite, alguém bateu na porta. Quando abri, lá estava Suzie. Ela parecia mais saudável, mas ainda carregava a dor em seus olhos.

“Me desculpe”, ela sussurrou.

A abracei com força, sentindo como se um pedaço perdido de mim tivesse voltado para casa. Nos dias seguintes, Suzie contou sobre sua luta contra a depressão pós-parto e como as palavras da minha mãe a fizeram duvidar de si mesma.

Prometi que, dali em diante, resolveríamos tudo juntos. A jornada foi longa e desafiadora, mas reconstruímos o que quase perdemos. E agora, com Callie e Jessica ao nosso lado, finalmente éramos uma família completa novamente.

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