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Casal é impedido pela Justiça de registrar nome inusitado para o filho; veja qual foi…

A chegada de um bebê é sempre um momento de alegria para as famílias, mas para Catarina e Danillo Prímola, professores de dança, essa felicidade foi abalada por uma disputa judicial. O casal estava ansioso para registrar o nome de seu primeiro filho, nascido em 31 de agosto, como “Piiê”, uma homenagem ao primeiro faraó negro do Egito. Porém, tanto o cartório quanto a Vara de Registros Públicos de Belo Horizonte rejeitaram o nome, alegando que ele poderia expor a criança ao ridículo. Assim, o bebê permanece sem certidão de nascimento.

Catarina e Danillo explicaram que o motivo da recusa foi a grafia do nome. Decididos a manter a homenagem, eles recorreram à Justiça, mas a juíza responsável não acatou o pedido. Ela argumentou que o nome poderia causar constrangimento à criança, em especial pela semelhança com “plié”, movimento de balé clássico. A decisão complicou o processo de obtenção dos documentos do bebê, gerando preocupação para os pais.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) emitiu uma nota, explicando que, conforme a Lei 6.015/1973, os oficiais de registro devem recusar nomes que possam ridicularizar a pessoa. A grafia e sonoridade de “Piiê” foram determinantes para o indeferimento, visando evitar possíveis constrangimentos futuros.

Sem autorização judicial, o bebê ainda não tem certidão de nascimento, e a falta de documentação tem preocupado os pais. Catarina ressaltou a importância do registro para a saúde da criança, pois é necessário para vacinas e exames como o teste do pezinho. Ela também destacou que a certidão é essencial para que o filho conheça suas raízes africanas e tenha orgulho de sua história. “Queremos que ele cresça sabendo que seu nome carrega uma história de reis e rainhas”, afirmou.

Danillo, que além de professor é coreógrafo da Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova, contou que o nome surgiu durante as pesquisas para o enredo do Carnaval de 2023, que abordava a história do primeiro faraó negro. Ao descobrir a trajetória de Piiê, um guerreiro núbio que conquistou o Egito, o casal sentiu que o nome seria uma homenagem perfeita para o filho.

Para Catarina e Danillo, “Piiê” é mais do que um nome, é uma conexão com a herança cultural e histórica da família. Eles querem transmitir essa importância para o filho. Contudo, a recusa no cartório e a decisão judicial criaram uma série de desafios práticos, como a dificuldade de realizar procedimentos médicos essenciais, além do impacto emocional causado pela disputa.

O caso também levanta discussões sobre os critérios para aprovação de nomes. O que é considerado constrangedor ou ridículo pode variar, e nem sempre leva em consideração o contexto cultural. Para o casal, “Piiê” é uma parte importante da identidade e herança que desejam passar ao filho.

O processo legal ainda está em andamento, e o casal espera uma solução que permita o registro do nome escolhido. Enquanto isso, continuam firmes em sua luta para garantir o direito de dar ao filho um nome com profundo significado.

A história de Catarina e Danillo ilustra como questões legais e culturais podem se cruzar, afetando profundamente as vidas pessoais. A vontade de manter a homenagem ao faraó reflete o desejo de preservar a conexão com a história e identidade cultural.

Conforme o caso avança, ele expõe a complexidade das questões relacionadas à escolha de nomes e o impacto das decisões judiciais sobre as famílias. Para o casal, o nome “Piiê” é símbolo de orgulho e herança, e a luta para garantir que o filho o carregue é uma prioridade.

O debate sobre a aceitação do nome também convida à reflexão sobre como a sociedade lida com a diversidade cultural e histórica. O desejo de Catarina e Danillo de manter viva uma parte importante da história africana demonstra o valor que atribuem à sua herança e à preservação da memória histórica.

A resolução do caso pode influenciar futuros registros de nomes com significados culturais. A situação destaca a necessidade de sensibilidade ao lidar com questões de nomeação, especialmente quando envolvem aspectos profundos de identidade e cultura.

Enquanto aguardam uma solução, o casal espera que haja maior compreensão e respeito pela intenção por trás da escolha. O nome “Piiê” é uma celebração da história e da identidade, e a luta de Catarina e Danillo reflete o desejo de garantir que seu filho receba um nome que represente algo especial para a família.