Celebridades

Morre aos 73 anos o amado palhaço Bozo no RS..

A comunidade artística e religiosa do Brasil perdeu uma de suas figuras mais carismáticas. Wanderley Tribeck, conhecido por seu papel como o primeiro intérprete do palhaço Bozo em terras brasileiras, faleceu aos 73 anos em decorrência de um infarto. Sua morte foi anunciada na última terça-feira (18) e trouxe grande comoção nacional.

Tribeck não era apenas um rosto conhecido na televisão, mas também uma liderança marcante no meio religioso. Como pastor na Assembleia de Deus em Criciúma, no sul de Santa Catarina, ele influenciou muitas vidas através de sua fé e dedicação à comunidade. Sua partida inesperada deixou um vazio tanto no palco quanto no púlpito.

Quem era Wanderley Tribeck, o Artista por trás do Bozo?

Antes de vestir as roupagens de pastor evangélico, Tribeck conquistou crianças e adultos como Wandeko Pipoka, nome artístico usado durante sua lembrada atuação como Bozo. Seu período de performance, de 1980 a 1985, foi marcado por um estilo único de alegria e humor, elementos indispensáveis para qualquer interpretação bem-sucedida do icônico palhaço.

Como Wanderley Tribeck marcou os telespectadores brasileiros?

Sob a maquiagem e os cabelos coloridos do Bozo, Tribeck foi capaz de transmitir sentimentos de alegria e pureza, características fundamentais para cativar o público infantil da época. Ele não apenas interpretava um personagem, mas transformava cada episódio do show em uma experiência única para seus jovens espectadores. Sua habilidade em conectar-se com o público fez de sua versão de Bozo uma das mais queridas do Brasil.

Impacto de sua carreira como pastor evangélico

Após deixar os estúdios de televisão, Tribeck dedicou-se à vida eclesiástica, demonstrando o mesmo fervor e carisma, mas agora em um contexto espiritual. Seu papel como pastor na Assembleia de Deus lhe permitiu continuar a impactar positivamente a vida das pessoas, dessa vez conduzindo-as por caminhos de fé e esperança.

O legado de Wanderley Tribeck será lembrado por seu dualismo entre a alegria descontraída de Bozo e a seriedade respeitosa de um líder religioso. Nas redes sociais, familiares, amigos e admiradores lamentam a perda e compartilham mensagens de conforto e homenagens. Seu filho, Wanderley Tribeck Júnior, expressou em um vídeo emocionante o vazio deixado pelo pai: “Você a vida inteira foi minha referência… Pai, para quem vou ligar agora?”.

Sua trajetória extraordinária nos lembra de como uma pessoa pode tocar tantas vidas de maneiras tão diferentes. Wanderley Tribeck, tanto sob a luz dos holofotes quanto sob o foco das velas da igreja, ensinou-nos sobre a importância da empatia, do riso e da fé.

História do palhaço Bozo

Em 15 de setembro de 1980, estreava na TVS a versão brasileira do palhaço Bozo. Apesar do grande sucesso do personagem em terras tupiniquins, poucos sabem sua verdadeira origem e como eram de fato os bastidores do programa.

Ao contrário do que muitos pensam, a trajetória do bufão nasceu muito antes do sucesso televisivo. Em 1946, uma gravadora americana chamada Capitol lançou um disco com histórias infantis, “Bozo at the Circus,” narrado pelo próprio personagem, ou melhor, pela pessoa que dublava o Pateta no cinema: o ator Pinto Colvig.

O álbum foi um sucesso de vendas e, em 1949, Bozo ganhou um novo meio de difusão: a televisão — sendo um dos primeiros grandes programas da história do veículo. Já nos anos 1950, o intérprete Larry Harmon resolveu levar o palhaço para outro patamar. Ele comprou os direitos autorais do personagem e o transformou em uma franquia, que logo se espalhou pelo mundo. Entre os mais de 40 países onde chegou, Bozo fez grande sucesso no Brasil, no México, na Grécia, na Austrália e até na Tailândia.