Histórias

MINHA ESPOSA DESAPARECEU HÁ 15 ANOS DEPOIS DE SAIR PARA COMPRAR FRALDAS – SEMANA PASSADA, EU A VI E ELA DISSE: ‘VOCÊ TEM QUE ME PERDOAR’.

Quinze anos atrás, minha esposa, Lisa, beijou nosso filho recém-nascido e saiu para comprar fraldas. Mas ela nunca mais voltou. Na semana passada, eu a vi viva e bem em um supermercado. O que aconteceu depois foi algo que jamais esquecerei.

Passei os últimos 15 anos buscando respostas, criando meu filho Noah e tentando entender o desaparecimento de Lisa. Mas nada poderia me preparar para o momento em que a vi novamente.


O Desaparecimento de Lisa

É difícil descrever o que é perder alguém sem explicação. Num momento, essa pessoa faz parte da sua vida. No instante seguinte, ela simplesmente desaparece.

Quinze anos atrás, Lisa beijou nosso filho recém-nascido, Noah, pegou sua bolsa e me disse que estava saindo para comprar fraldas. Ela não levou o telefone. Não deixou um bilhete. Apenas sumiu.

A princípio, pensei que algo terrível havia acontecido. Talvez um acidente? Corri até o supermercado e procurei por ela no caminho. Chequei becos, ruas laterais… mas não havia sinal de Lisa.

Quando não encontrei nenhuma pista, chamei a polícia.

A investigação começou, mas minha esperança foi substituída por desespero quando me disseram que não havia qualquer rastro dela. Seu telefone estava desligado e suas contas bancárias não tiveram movimentação.

No final, a polícia encerrou o caso, sugerindo que Lisa poderia ter fugido ou sofrido um destino trágico. Disseram que eu precisava seguir em frente.

Mas como eu poderia?

Lisa não era apenas minha esposa. Ela era minha melhor amiga. Eu não conseguia conciliar a mulher amorosa que conheci com alguém que simplesmente abandonaria sua família.


Criando Noah Sozinho

Fiquei anos revivendo todas as possibilidades. Será que Lisa estava em perigo e não podia voltar? Será que tinha fugido com outra pessoa?

Nada fazia sentido.

Passei noites sem dormir, me perguntando onde ela estava. Será que me achava um marido ruim? Será que acreditava que Noah e eu não valíamos a pena?

Nos piores momentos, me convencia de que ela estava morta. Em outros, a odiava por ter nos deixado.

Mas a vida não para porque estamos sofrendo.

Naquela época, Noah precisava de mim. Tive que me recompor por ele. Com a ajuda da minha mãe, aprendi a trocar fraldas, alimentar meu bebê e fazê-lo dormir.

Conforme cresceu, me tornei especialista em preparar lancheiras e ajudar com o dever de casa. Fui pai e mãe ao mesmo tempo, conciliando um trabalho de tempo integral com as demandas da paternidade.

Agora, Noah tem 15 anos. Alto, magro, com um sorriso torto que me lembra Lisa. Ele é a luz da minha vida e a razão pela qual segui em frente.

Demorei anos para aceitar que Lisa nunca voltaria. Ela estava morta ou simplesmente se fora para sempre.

Mas então, na semana passada, tudo mudou.


O Encontro no Supermercado

Eu estava no supermercado, no corredor dos congelados, decidindo entre duas marcas de waffles quando a vi.

No começo, achei que minha mente estava me pregando uma peça.

A mulher examinando um saco de ervilhas congeladas parecia exatamente com Lisa. Mas isso era impossível… não era?

Fiquei congelado, observando-a como se tivesse visto um fantasma.

Seu cabelo estava mais curto, alguns fios grisalhos emolduravam seu rosto, mas seus gestos eram familiares. O jeito como inclinava a cabeça para ler o rótulo. A forma como se movia.

Meu coração disparou.

Poderia mesmo ser Lisa?

Eu hesitei. Talvez minha mente estivesse me enganando.

Mas então, empurrei meu carrinho mais para perto e consegui vê-la completamente.

Era ela. Não havia dúvidas.

Deixei meu carrinho e caminhei até ela.

Fiquei atrás dela e respirei fundo.

— Lisa?

Pela primeira vez em anos, pronunciei o nome dela.

Ela congelou por um momento e então se virou.

Primeiro, apenas me encarou. Depois, quando me reconheceu, seus olhos se arregalaram em choque.

— Bryan? — ela sussurrou.

Eu não conseguia acreditar.

Depois de todos esses anos, ela estava ali, viva, na minha frente, como se nunca tivesse partido.

Minha mente se encheu de perguntas.

— Lisa, o que está acontecendo? — perguntei. — Onde você esteve todo esse tempo?

Seus lábios se separaram como se fosse responder, mas ela hesitou. Olhou ao redor, nervosa.

— Bryan… eu posso explicar. Mas primeiro, você tem que me perdoar.


“Você tem que me perdoar?”

Não consegui acreditar no que estava ouvindo.

Perdoá-la?

Por desaparecer sem deixar rastros?

Por me fazer criar nosso filho sozinho?

Por me fazer pensar que ela estava morta?

— Perdoar você? — repeti. — Lisa, você ao menos percebe o que está pedindo? Você tem ideia do que esses últimos 15 anos foram para mim? Para Noah?

Ela desviou o olhar, evitando meu rosto.

— Eu sei que machuquei vocês dois. Mas, por favor, me deixe explicar.

— Então explique — eu disse, minha voz afiada. — Agora.

Ela respirou fundo e olhou ao redor, inquieta.

— Não aqui — murmurou, apontando para a saída da loja. — Me siga.

Saímos para o estacionamento, onde um SUV preto e luxuoso estava estacionado.

Era um carro caro. Muito diferente da vida simples que um dia tivemos.

Quando chegamos perto, Lisa se virou para mim, os olhos cheios de lágrimas.

— Eu não queria machucar você — começou. — Mas eu… eu simplesmente não consegui lidar com isso.

— Lidar com o quê? — rebati. — Ser mãe? Ser esposa? Viver a vida que construímos juntos?

— Não foi você, Bryan — ela disse, a voz trêmula. — Fui eu. Eu estava apavorada. Com medo de ser uma mãe ruim, medo de viver de salário em salário, medo de não conseguir dar a Noah a vida que ele merecia. Eu me sentia sufocada.

— Então sua solução foi nos abandonar? Você tem ideia do que nos fez passar?

Ela assentiu, as lágrimas escorrendo.

— Eu sei. Eu me odeio por isso. Mas na época, achei que estava fazendo a coisa certa.

— E onde você esteve esse tempo todo?

— Na Europa — ela respondeu, desviando o olhar. — Meus pais me ajudaram a fugir. Eles nunca aprovaram nosso casamento, Bryan. Eles achavam que você não era bom o suficiente.

Naquele momento, tudo fez sentido. Os pais dela nunca me apoiaram. E depois que Lisa desapareceu, cortaram quase todo contato.

— Eu mudei meu nome, voltei a estudar e construí minha carreira. Agora sou consultora de negócios. Voltei para ver você e Noah.

— Ver Noah? — repeti. — Você acha que pode simplesmente aparecer depois de 15 anos?

— Eu posso dar a ele tudo o que precisa — ela disse. — Tenho dinheiro agora.

Eu ri, incrédulo.

— Você acha que dinheiro pode consertar tudo?

Ela ficou em silêncio.

— Por favor, Bryan. Me deixe ver Noah.

— Não — respondi. — Você não pode bagunçar a vida dele só porque se sente culpada.

Ela começou a chorar, mas eu já tinha ido embora.

Lisa fez sua escolha há 15 anos.

E agora, eu e Noah seguimos em frente.

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