Histórias

Casei-me com um viúvo com um filho pequeno – Um dia, o rapaz disse-me que a sua verdadeira mãe ainda vive na nossa casa…

“Minha mãe verdadeira ainda mora aqui”, meu enteado Lucas sussurrou certa noite, seus olhos sérios cravados nos meus. No início, tratei isso como fruto da imaginação de uma criança lidando com a perda, mas rapidamente percebi que havia algo mais. Pequenos acontecimentos em nossa casa começaram a revelar segredos que mudariam nossa família para sempre.

Quando me casei com Ben, sabia que ele era viúvo e pai de um menino de sete anos. Ele perdeu sua primeira esposa, Irene, para uma doença repentina. Meu coração estava aberto para aceitar Lucas e ajudá-lo a lidar com essa ausência. Os primeiros meses como uma nova família foram felizes e tranquilos. Lucas me chamou de “mãe” mais rápido do que eu imaginava, e Ben e eu nos sentíamos sortudos por construir um novo capítulo juntos.

Mas, após aquela noite em que Lucas falou sobre a mãe dele ainda viver conosco, as coisas mudaram.

Estranhas ocorrências em casa

Comecei a notar que objetos que eu arrumava voltavam para os lugares antigos, como se alguém insistisse em mantê-los na mesma posição de antes. Brinquedos que guardava surgiam novamente espalhados. Uma foto de Irene, que movi para um lugar discreto, reapareceu na sala de estar no dia seguinte, como se alguém a tivesse limpado e colocado de volta.

Confrontei Ben, mas ele parecia relutante em admitir que algo estranho estava acontecendo. “Você deve estar imaginando coisas”, ele disse, evitando meu olhar.

Uma noite, enquanto montávamos um quebra-cabeça, Lucas olhou para mim com uma seriedade desconcertante. “Mamãe disse que você não deve mexer nas coisas dela”, ele sussurrou.

Uma descoberta no sótão

Intrigada, decidi explorar o sótão, onde Ben guardava coisas antigas de Irene. Encontrei uma caixa com objetos pessoais: fotos, cartas e a aliança de casamento dela. Entre as caixas, notei uma porta pequena e meio escondida. Quando a abri, encontrei Emily, irmã de Ben, sentada ali.

O segredo de Emily

Emily estava vivendo no sótão havia anos. Após a morte de Irene, ela começou a agir de forma diferente, recusando ajuda e isolamento. Ben havia permitido que ela ficasse ali em segredo, acreditando que isso fosse temporário. Mas Emily, sentindo-se conectada a Lucas, começou a interagir com ele, alimentando a ideia de que ela era a mãe verdadeira dele.

Um passo difícil, mas necessário

Ben percebeu que esconder Emily estava prejudicando Lucas e toda a família. Ele tomou a decisão de interná-la para receber tratamento médico. Foi doloroso, mas essencial. Aos poucos, Lucas compreendeu que a mãe verdadeira dele estava em seu coração, não fisicamente presente.

A experiência nos uniu de forma inesperada. Apesar da dor, emergimos mais fortes, aprendendo o valor da honestidade e do apoio mútuo em tempos difíceis. Com o tempo, a casa voltou a ser um lar, e juntos construímos a família que sempre desejamos ser.

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