A cantora Jojo Todynho, conhecida por sua personalidade forte e autêntica, compartilhou nas redes sociais nesta última terça-feira (10) um momento tenso que viveu no Rio de Janeiro. Residente da Taquara, Zona Oeste da cidade, Jojo relatou ter ouvido um tiroteio próximo à sua casa. Já pensou o susto? E o mais preocupante: de acordo com ela, essa foi a terceira vez que uma bala de fuzil atingiu o quintal de sua residência. Isso mesmo, terceira vez!
Ela descreveu a situação para seus seguidores: “Gente, tá voando bala, muito tiro. [Ela imitou o barulho dos disparos]. Essa é a terceira bala de fuzil que cai no meu quintal, e eu estava no portão”, disse, visivelmente indignada. É difícil imaginar como deve ser viver assim.
Jojo explicou que sua casa fica entre duas comunidades, Santa Maria e Teixeiras, onde frequentemente ocorrem confrontos entre traficantes e milicianos. O que impressiona é que, apesar de todo esse cenário, ela afirma que não tem vontade de se mudar. De fato, uma mulher corajosa!
Ela comentou: “Quando o Teixeira tá calmo, o Santa Maria pega fogo; quando o Santa Maria tá calmo, o Teixeira pega fogo. É complicado, tá? E quando não é isso, é bala no Jordão.” Parece que ela já está acostumada com essa rotina, o que é bastante triste quando se reflete sobre o assunto. Não deveria ser normal viver assim, mas é a realidade de muitos cariocas.
Provavelmente, muitos se perguntam: “Por que ela não vai morar em um lugar mais tranquilo, como na Barra?” Jojo tem a resposta na ponta da língua: “Não gosto, gosto de morar aqui! Meu povo, meus vizinhos, vim de Bangu, estou acostumada com o barulho de tiro.” A naturalidade com que ela fala sobre isso é chocante. Para ela, é mais importante estar perto de sua comunidade, das pessoas que conhece, do que mudar para um lugar mais “seguro” onde não se sentiria em casa.
Um detalhe que chamou atenção foi quando Jojo mencionou que sabe exatamente o que fazer durante os tiroteios. Ela contou que, ao ouvir os disparos, rapidamente coloca os cachorros para dentro de casa e fica em silêncio. “É preocupante. Quando começa o tiroteio, ninguém sai no quintal, fico quietinha. Sou a primeira a correr”, revelou. Isso mostra que ela, como tantos outros, desenvolveu um verdadeiro “instinto de sobrevivência”, algo comum em áreas de conflito no Rio de Janeiro.
É admirável a coragem dela ao expor essa realidade nas redes sociais. Não é fácil compartilhar uma experiência assim, especialmente sendo uma figura pública com milhões de seguidores. Ao mesmo tempo, o relato de Jojo serve como um alerta para aqueles que, muitas vezes, só conhecem essa violência pela televisão, sem imaginar o que é viver no meio desse caos diariamente.
Como alguém que não mora no Rio, fico me perguntando se essa realidade algum dia vai mudar. Parece sempre a mesma história: violência nas comunidades, falta de segurança, tiroteios frequentes… E há muitas pessoas, como Jojo, que mesmo em meio a isso, não querem ou não conseguem sair dessas áreas. Ela é um exemplo de que a solução nem sempre é se isolar em condomínios de luxo. Às vezes, o que realmente importa é estar perto de quem amamos, mesmo que isso implique conviver com o risco diário.
Enfim, essa é uma realidade dura e, infelizmente, comum para muitas pessoas que vivem em áreas mais vulneráveis. O que importa é que, mesmo nesse cenário difícil, Jojo Todynho segue sendo quem é, com a mesma personalidade forte que todos admiramos.
