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Influenciador digital da RMC, com mais de 400 mil seguidores, é alvo de operação contra rifas de carros…

Junto com outro influenciador, é suspeito de faturar R$ 25 milhões em um ano com rifas que, segundo a polícia, eram ilegais.

Dois influenciadores digitais, um de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e outro de Belo Horizonte, Minas Gerais, estão sendo investigados pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (20). Eles são suspeitos de promover rifas ilegais em redes sociais e ter lucrado R$ 25 milhões em um ano.

A operação, chamada “Fortis Fortuna Adiuvat”, foi realizada simultaneamente em três estados: Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.

Ao todo, foram expedidos seis mandados de busca e apreensão em Rio Branco do Sul (PR), Itapema e Balneário Camboriú (SC), além de Belo Horizonte (MG). Vários veículos de luxo foram apreendidos.

O influenciador de Rio Branco do Sul é Matheus Sales, que possui mais de 480 mil seguidores. O de Belo Horizonte, conhecido como Nelio Dgrazi, tem mais de 1,3 milhão de seguidores. Ambos costumam compartilhar fotos com carros de alto valor.

A reportagem da Banda B está tentando contato com as defesas dos influenciadores, e o espaço está aberto para manifestações.

Como funcionava o esquema

Conforme as investigações, os dois influenciadores digitais, que somam cerca de 2 milhões de seguidores, promoviam rifas de veículos de alto valor e sorteios em dinheiro, utilizando a visibilidade de suas redes sociais. No entanto, as rifas eram realizadas sem a devida autorização do órgão competente, segundo a polícia.

“Esses sorteios foram feitos sem qualquer autorização, e os valores em espécie sorteados apresentam fortes indícios de fraude. A numeração utilizada para identificar os vencedores não tem lastro na Loteria Federal, como os próprios investigados afirmavam que usavam”, explicou o delegado Gabriel Fontana.

Nos sorteios, os compradores recebiam um “número da sorte” entre 01 a 9.999.999. Porém, em sorteios regulares baseados na Loteria Federal, apenas 5 dezenas são utilizadas, em composições que variam de 01 a 100.000.

“Há indícios de que esses sorteios eram fraudados para que os valores nunca saíssem do grupo criminoso”, afirmou o delegado.

Faturamento milionário

De acordo com o delegado, em 2023, a dupla arrecadou valores milionários com as rifas na internet. “Esse grupo levantou cerca de R$ 25 milhões com esses esquemas de rifas e sorteios, que também foram alvo de bloqueio judicial nas contas bancárias dos investigados”, disse Gabriel Fontana.

Além das apreensões, a Polícia Civil conseguiu, com a Justiça, o bloqueio de contas bancárias para sequestrar os valores levantados ilegalmente.

“As investigações também revelaram que esses indivíduos realizavam a lavagem do capital obtido de maneira ilegal, comprando veículos de alto padrão para revender e enviando esses valores a empresas em nome de parentes e familiares. As investigações continuam em busca de novos envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro”, comentou o delegado.

O delegado também ressaltou que as contas nas redes sociais e o site onde exploravam os sorteios devem ser suspensos por autorização judicial.

Os investigados podem ser responsabilizados por crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes contra a economia popular e contravenção penal pela promoção de rifas ilegais.